
Tá vendo o Guia Brasil ali no meio?
Sempre que falo que venho para o Japão, a primeira reação de muita gente sempre é arregalar os olhos e falar: nossa, mas o Japão é tão caro!
Bem, há verdades e verdades, não é mesmo? Por isso, comecemos pelo começo.
O primeiro custo é a passagem de avião, que sai quase o dobro do que ir para a Europa, já que o Japão fica duas vezes mais longe. Faz sentido, né? Só que quem é esperto, fica de olho e descobre que viajar via Estados Unidos é mais barato do que via Europa ou Oriente Médio. Isso porque, para passar por lá, é preciso de visto, tem que fazer imigração, etc. E há também muitos e muitos voos entre várias cidades americanas e Narita, aqui em Tóquio. Em abril, quando fechei minha passagem, vi uma oferta com a United, partindo do Rio de Janeiro, por R$ 1.900. Sim, R$ 1.900 o trajeto Rio-Newark-Los Angeles-Tóquio ida e volta. Mas o mais normal é pagar algo em torno dos R$ 2.500. Parcelando em 5 vezes com a Emirates, fica R$ 500 por mês.
Depois tem o custo do hotel. Nisso, Tóquio é bem mais barata do que Nova York, Rio ou São Paulo. Escolhi um hotel legal e bem localizado, no coração de Shibuya. Já fiquei numa caixa de sapatos em Shinjuku por US$ 100 por dia e quase morri sufocado, por isso dessa vez gastei R$ 350 por dia (se viesse com alguém o preço para duas pessoas era o mesmo) e tenho um quarto de bom tamanho, com uma vista incrível da cidade e estou, literalmente, no coração da muvuca japonesa. A porta do elevador abre e pronto! Acaba que gasto bem pouco com transporte. Detalhe que havia outras ofertas aqui em volta, mas preferi dar uma esbanjadinha para ter wifi e café da manhã incluídos. Quero ver você encontrar algo assim em Ipanema.

Vista do meu quarto, no 24º andar!
O aeroporto de Narita fica bem longe do centro da cidade. São cerca de 100 km. Peguei um trem expresso, que leva 1 hora para chegar até Shibuya. Paguei R$ 50 cada perna, em uma oferta para turistas estrangeiros. O total do bilhete foi R$ 143, mas inclui a ida, a volta e mais R$ 43 em créditos em um cartão magnético chamado Suica, que dá para usar no metrô, ônibus e em várias lojas. Sabem quanto é a corrida de táxi até o Aeroporto Afonso Pena, em Curitiba? R$ 80, pelo menos. E de Guarulhos até os Jardins? Nem te conto para você não ter um choque.
Quase não andei de metrô, pois gosto de caminhar. Mas o preço de um trajeto razoável é R$ 6. Os valores vão conforme a distância viajada. São bem lógicos esses japoneses. O que é um pouco caro é o táxi. Teve uma hora em que meu pés estavam doendo, de tanto caminhar. Resolvi que iria esbajar num táxi. Rodei uns 20 minutos e a corrida foi R$ 45. Não sei se teria custado muito menos em Sampa.
Quando dá sede, as várias vending machines têm latinhas de Coca-Cola a R$ 3 cada. Mas nas lojas de desconto, que estão por toda a parte, a latinha de refrigerante custa R$ 1,50.
Ontem, almocei com uma amiga em um restaurante de lamen (sopas e caldos) em pleno Roppongi Hills, que seria o Shopping Cidade Jardim daqui. Dois bowls de sopa, sendo que um era com arroz, frango e ovo, além de chá Oolong gelado à vontade saiu R$ 26. Isso que aqui não tem que pagar nem serviço nem dar gorjeta.
Jantei várias vezes em um restaurante de sushi onde tomei saquê gelado e pedi os sushis de toru, que é a parte gorda e saborosa do atum. Comi bem, sem economizar e gastei R$ 28 no dia em que mais comi.
No Starbucks, um café latte tall com um sanduíche BLT (bacon, alface e tomate) custa R$ 20.
Tá gostando? ;-)

As vitrines dos restaurantes têm modelos dos pratos feitos de cera, com os preços as ofertas!
Depois teve umas e outras compras, já que ninguém é de ferro e Tóquio é um dos lugares mais incríveis do planeta para fazer compras. Fui na livraria mais legal daqui, a T-Site e comprei vários livros e revistas. Saí carregado da loja e gastei R$ 200. Se tivesse comprado a mesma quantidade de livros e revistas na Livraria da Vila, na Cultura ou na FNAC teria gasto bem mais, com certeza. Pena que os livros são em japonês.
Uma calça jeans legal na Uniqlo custa R$ 90 e fazem a barra de graça, na loja, em 30 minutos.
Comprei também um pullover de lã bem bonito em uma loja super cool, a Graniph. Custou R$ 100. Ainda me deram uma camiseta de presente.
E assim vai… Então, fazendo as contas, não é assim tão caro passar uns dias aqui em Tóquio. Com a diferença que, por valores mais interessantes do que os que a gente gasta todos os dias em Curitiba, Porto Alegre, Rio ou São Paulo, aqui no Japão tudo é de alta qualidade, o serviço é impecável, a limpeza incrível e tratam o cliente como rei. Tá na hora da gente acordar para o custo Brasil, gente. Na terrinha, a gente paga caro e recebe porcaria e descaso em troca.
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