Hoje foi um pouco mais dinâmico do que ontem. Falou-se muito mais das novas maneiras de atingir a audiência atual. Houve uma mesa redonda com jovens da periferia de São Paulo, que contaram seus hábitos na internet e com novas mídias. Resumo: eles usam a internet em lan-houses. Gastam dinheiro mas se sentem ignorados pelas marcas. Tim Festival, Skol Beats, marcas que eles consomem, fazem eventos para a elite. A classe C desponta mas está desapontada com as marcas.
O jovem brasileiro é mais conectado em comunidades. Orkut é indispensável para a grande maioria. A vida não funcionaria sem a internet.

Tim Lucas da TWRAmericas com os jovens da periferia de São Paulo
Falou-se também da dificuldade das empresas em iniciar o diálogo com o consumidor por medo das opiniões que vão receber. Oras, se a empresa tem medo da crítica, é porque não confiam em seus serviços. Mas melhor trazer o diálogo para seu entorno e moderá-lo, dar respostas, engajar do que ficar sentado vendo o tempo passar.
Um caso clássico foi um vídeo do YouTube que um cliente da Comcast (a NET americana) fez do técnico da empresa dormindo no sofá de sua casa enquanto esperava na linha para falar com o suporte no 0800. Hilário. Mostrou como sofremos na mão desta gente. Tem mais views no YouTube do que qualquer comercial da empresa. E isto há dois anos! No YouTube, a Comcast é aquela merda. Qual a reação deles? Escreveram um press release!!!! Bunch of nonsense!
Outra palestra interessante foi a de Richard Monturo, do BRIC Pop. Ele viajou durante dois meses por 40 cidades do Brasil, China, Índia e Rússia. Segundo ele, acabou aquela era em que as grandes agências do “mundo civilizado” ditavam como seria a comunicação no mundo “subdesenvolvido”. Geralmente olhados com “pena” pelos “brancos de Madison”, que faziam mensagens simples e fáceis de digerir porque “gente daqueles países não é tão culta como nós”. Bem, they were VERY wrong.
O que vem acontecendo por aqui é uma revolução na maneira da cultura se difundir pelo planeta. Serão os BRICS que terão as bandas cool, as marcas desejadas, os escritores lidos, as histórias que conseguem engajar. Veremos.
No final do dia, depois de muita informação para digerir, um último painel com todos os palestrantes. Perguntas da platéia. Discussão. Mas ficou no ar a pergunta: conseguiremos nós brasileiros “cut the bullshit”? As perguntas elaboradas, como se fossem para um Senador ou professor emérito de história confundem o estrangeiro (lembram da vergonhosa entrevista da Marília Gabriela com a Madonna?). Temos que ir direto ao assunto, fazer, por em prática. Quem anda na frente do trem tem o direito de errar pois nenhum caminho ou fórmula ainda foi traçado.

Painel com os “mestres